domingo, 17 de julho de 2011

Desenvolvimento Psicossocial na Adolescência


(Parte 4/4)


Referência: PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W. Desenvolvimento Humano. Trad. Daniel Bueno. 7ª edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

          As questões a serem trabalhas na fase da adolescência são: o senso de identidade dos adolescentes – a aparência, atributos físicos, habilidades cognitivas, julgamento moral, desempenho escolar e a preparação para o mundo do trabalho.
       Para a “busca de identidade”, o esforço do adolescente é parte de um processo saudável e vital calcado nas realizações dos estágio anteriores à vida adulta – confiança, autonomia, iniciativa e diligência.
         A “identidade versus confusão de identidade” é uma das crises pelas quais os adolescentes passam. Segundo Erikson (1968) a principal delas. “A principal tarefa da adolescência, disse Erikson (1968), é confrontar a crise de identidade versus confusão de identidade (ou papel) para tornar-se um adulto único com um senso de identidade coerente e um papel valorizado na sociedade”.
        Ainda segundo Erikson, a identidade da adolescência é vai se modelando através de modificações e sintetizando identificações pregressas. Tendo como consequência desse processo “uma nova estrutura psicológica, muito maior do que a soma de suas partes” (Kroger, 1993, p. 3).
É considerado o perigo desta fase, a confusão de identidade. E é consequência disso, o atraso da maturidade psicológica. Contudo, é de se saber que o grau de confusão de identidade é normal. Explicando tanto a natureza aparentemente caótica quanto a dor de consciência (advindos do comportamento dos mesmos).
        “Os adolescentes podem igualmente demonstrar confusão regredindo à infantilidade para não ter que resolver conflitos ou entregando-se impulsivamente a cursos de ação irrefletidos”.
Para Erikson – em sua época –, os homens precisam ter alcançado uma identidade estável para que possam ser capazes de uma verdadeira intimidade. Enquanto que as mulheres, buscam através do casamento e da maternidade. Dessa forma, afirmava que as mulheres desenvolviam sua identidade através da intimidade, e não antes da mesma.
        “A questão da identidade se forma à medida que as pessoas resolvem três questões: a escolha da ocupação, a adoção de valores nos quais acreditar e segundo os quais viver, e o desenvolvimento de uma identidade sexual satisfatória”.
         Identidade, para Márcia (1980), seria semelhante a de Erikson: “a organização interna, autoconstruída e dinâmica de impulsos, habilidades crenças e história individual” (p. 159).
         Os “estados de identidade” assumem quatro formas:
                 1. Conquista de Identidade (crise que leva ao comprometimento): reflete mas não é introspectiva a ponto de ser capaz de agir. Demonstram-se pessoas mais maduras e mais competentes nos relacionamentos (Márcia, 1993);
             2. Pré-fechamento (comprometimento sem crise): aceita planos de outras pessoas. Dogmática quando suas opiniões são questionadas. Laços familiares íntimos, obediente e tende a seguir um líder poderoso que não aceita divergências.
               3. Moratória (crise sem ainda haver comprometimento): Lutando contra as decisões. Ansioso e temeroso.
            4. Difusão de identidade (nenhum comprometimento, nenhuma crise): Incerteza a seu próprio respeito. Tende a não cooperar. Algumas pessoas tornam-se errantes sem objetivos. Tendem à infelicidade e solidão por terem relacionamento superficiais.
       Estas categorias são tratadas através de dois elementos: a crise e o comprometimento, estão são considerados como:
            a) Crise: período de tomada de decisões consciente, e;
            b) Comprometimento: investimento pessoal numa ocupação pessoal, numa ocupação ou sistemas de crenças (ideologia).
           As categorias acima citadas podem mudar à medida que as pessoas se desenvolvem (Márcia, 1979).
        Na “diferenciação de gênero” para com a “formação de identidade” é de se saber que o senso de identidade feminino se desenvolve pelo estabelecimento de relacionamentos e não da conquista de uma identidade individual. Segundo Gilligam, as meninas julgam a si mesmas baseando-se na capacidade de lidar com as responsabilidades e com o cuidar de si mesmas e dos outros. “Toda mulher de alto desempenho alcança a identidade mais pela cooperação do que pela competição”.
         Fatores como a família e a personalidade estão associados à identificação da identidade. Estes recaem em elementos, como por exemplo, a auto-estima e a sexualidade. Da mesma forma que podem ser influenciados por fatores étnicos quanto a sua formação de identidade.
       “A formação de identidade é especialmente complicada para jovens de grupos minoritários, os quais precisam integrar múltiplas identidade. Na verdade, para alguns adolescentes a etnia pode ser fundamental para a formação da identidade” (vide Phinney, 1993).
        “A cor da pele e outras características físicas, diferenças de linguagem e posição social estereotipadas são extremamente influentes na formação de identidade de adolescentes minoritários” (vide Spencer & Markstrom-Adams, 1990).
        Adentrando nessas questões de grupos minoritários, é de se saber que a “sexualidade”, não pode ser evitada.
       “Essa consciência urgente da sexualidade é um aspecto importante da formação da identidade, afetando profundamente o autoconceito e os relacionamentos. Tal processo, que começa na adolescência e continua na idade adulta, é controlado biologicamente, mas sua expressão é uma parte culturalmente definida”.
       A “orientação sexual” geralmente se expressa pela heterossexualidade ou pela homossexualidade.
      "Muitas pesquisas em orientação sexual foram produzidas com o intuito de explicar a homossexualidade.            Embora já tenha sido considerada uma doença mental, várias décadas de pesquisa não constataram associação entre homossexualidade e problemas emocionais ou sociais” (vide American Psychological Association, s/d; C. J. Patterson 1992, 1995a, 1995b).
     Segundo teorias mais recentes, processos hormonais e neurológicos podem ser influenciadores da orientação sexual. Mas não se determinou se e como a essas atividades podem afetar a estrutura cerebral, apesar de que há diferença anatômica entre homens homossexuais e heterossexuais numa área cerebral que comanda o comportamento sexual. (vide LeVay, 1991).
        As “atitudes e comportamentos sexuais” é baseada na atividade sexual. A qual pode variar de um beijo casual ao contato genital. “Os adolescentes podem tornar-se sexualmente ativos por diversos motivos: ter intimidade, buscar novas experiências, provar sua maturidade, acompanhar os amigos, encontrar alívio das pressões, ou investigar os mistérios do amor”.
     Para tanto, é algo a ser desenvolvido também: no caso, a “evolução sexual” deve ser percebida enquanto um fator que pode ser de risco. É de se saber que a taxa de adolescentes sexualmente ativos – assim como o restante da população – são mais ativos e aceitam mais a atividade sexual. Isso se aplica para as mulheres, também. É de se saber que a taxa de atividade sexual antes do casamento aumentou na mesma proporção.
Algo de extrema importância é o “saber o que está fazendo”. No sentido de que haja segurança no ato conjugal. Ou que estas questões passem a ser tratadas de modo que as atividades sexuais precoce sejam amenizadas pelo uso de preservativos ou pela conscientização de que o próprio corpo pode não estar preparado para tal.
      “O grupo sexualmente ativo pode ter sido menos maduro do que aqueles que esperaram para se entregar ao sexo, ou podem ter sido influenciados em direção à atividade sexual e à delinquência por rebeldia contra a autoridade e pela influência de amigos anti-sociais”. Sendo assim, é possível perceber diversos fatores pelos quais os adolescentes “se tornam sexualmente ativos”.
         Como já se sabe, há pais que não buscam conversar com os filhos sobre essas questões. Seja homem ou mulher. Pai ou mãe. É preciso saber que se os pais não conversarem com seus filhos, a mídia o fará, pois, “não é de se surpreender que adolescentes obtém informações sobre sexo na televisão e que carecem de sistemas bem formados de valores, capacidade crítica e forte influência familiar podem aceitar a idéia do intercurso antes e fora do casamento com múltiplos parceiros e sem proteção contra gravidez ou doenças. Além disso, a televisão tende a reforçar um duplo padrão estereotipado, no qual as mulheres, mas não os homens, consideram o casamento importante. Os filmes e as letras de música de rock também se tornam cada vez mais sexualmente explícitos; vídeos musicais repletos de imagens sexuais e violência contra as mulheres” (vide AAP Committee on Communications, 1995). Esta é uma das fontes pelas quais os adolescentes “obtém informação sobre o sexo”.
        Outros procuram meios como o uso de substâncias para propiciarem a atividade do intercurso. Alguns são estimulados pela condição socioeconômica, outros pela educação, pela raça e até pelo estilo de personalidade e comportamento. Que é importante saber que as consequências das atividades cedo, são bem distintas de quando as atividades sexuais acontecem mais tarde.
       Os fatores associados com Idade Precoce são: corre riscos, impulsividade; sintomas de depressão; anti-socialidade ou deliquência; uso de drogas; menos anos de escolarização; família com apenas um dos pais; desfavorecido; afro-americano.
     Os fatores associados com Idade Mais Avançada são: valores tradicionais, orientação religiosa; comportamento pró-social ou convencional; não uso de substâncias; mais anos de escolarização, valoriza realizações acadêmicas; família com ambos os pais; favorecidos; branco, latino.

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